Chegou hoje pela fresca, e eu vou já começar com a pedincha.
- Temperatura de 28 graus chega. 63 são para fazer grelhados, não para as pessoas andarem na rua (sim, na semana passada, onde eu estava, estavam 63 graus ao sol)
- Pessoas com mais sorrisos, menos carrancudas umas para as outras
- Dois diazinhos de chuva torrencial no centro do país, para acabar de apagar os incêndios.
Tivemos uma semana de calor imenso, que culminou numa tarde de Sábado de trovoada. O desfecho, no entanto, era imprevisível.
Do sítio onde me encontrava, era visível o fumo do incêndio de Pedrógão Grande.
Da janela, via-se o clarão de dois outros incêndios mais próximos.
À hora a que me preparava para ir dormir, tomei conhecimento das trágicas notícias que chegavam de Pedrógão.
Já vos tinha referido aqui que infelizmente o flagelo dos incêndios é algo com que já tive que lidar algumas vezes.
Tive vizinhos que perderam a vida em incêndios florestais, e familiares que tentaram fugir de um incêndio, e não conseguiram, por serem barrados pelas chamas.
Mas uma tragédia desta dimensão, é algo inenarrável.
No domingo o incêndio de Pedrógão propagou-se ao distrito de Castelo Branco.
O ambiente ficou inundado de um fumo cinzento e compacto.
E hoje fui acordada às 4 da manhã com um "vamos embora".
E vim.
Na estrada tínhamos um fumo denso que não permitia a visibilidade além de alguns metros.
O cheiro intenso a queimado entranhava-se.
A cinza que vinha pelo ar, e que ainda teima em permanecer em cima do carro.
E neste momento tenho familiares no local, incêndios perto, e condições meteorológicas instáveis.
Novamente cá estou, de coração nas mãos, à espera que este pesadelo acabe.